Terra Comum

Uma nova era colonial está em curso. Desta vez, o alvo do processo de apropriação não é a terra ou os recursos naturais, mas a própria vida humana: ações e experiências que podem se transformar em lucro por meio da extração de dados. Isso é o colonialismo de dados.

Esse desdobramento supõe um aprofundamento do colonialismo tão significativo quanto a expropriação de cinco séculos atrás. Desenvolvendo-se antes do capitalismo, o colonialismo histórico gerou seus alicerces, calcados numa violência brutal cujas implicações perduram até hoje. O novo colonialismo de dados é baseado, em vez disso, em relações sociais formadas em paralelo ao capitalismo; a violência neste caso assume uma forma simbólica, uma violência opaca e automática que ameaça a liberdade humana.

O colonialismo de dados está se desenvolvendo em escala global. Seus líderes estão na China e nos Estados Unidos. Suas vítimas estão nos países que viveram o colonialismo histórico, e também entre os oprimidos e as minorias nos novos centros do império. Estamos falando de um processo universal, mas suas vítimas são específicas, crescendo à medida que a desigualdade global se aprofunda.

Quem somos?

Terra Comum reúne ativistas, jornalistas, defensores dos direitos humanos, acadêmicos e o público que busca descolonizar dados. Nosso foco específico é a América Latina, mas nosso horizonte é o Sul Global e todas as pessoas que rejeitam esse novo colonialismo como a última manifestação do desejo de dominação exercido pelo Norte Global na história moderna.

A imaginação é nossa melhor ferramenta. Imaginemos um futuro em que o terreno da vida humana não implique a extração de dados que nos discriminem, que nos separem de nossa vida.

Imaginemos uma terra comum!